30 March 2017
4 March 2017
'O Valete de Espadas'
"Uma resposta é uma coisa séria, mesmo quando se trata de um cumprimento. Há sempre o perigo de responder errado. Por isso, às vezes -- muitas vezes -- prefiro passar por incivil e não respondo. Todos os erros do mundo se devem a respostas erradas. Além disso, aquele "bonjour, m'sieu"-- foi tão débil e maquinal, que não lhe correspondia resposta alguma. De palavras assim, o povo diz que entram por um ouvido e saem pelo outro. As verdadeiras perguntas talvez nem entrem pelo ouvido. Caem no coração e ficam batendo aflitamente as asas, como um pássaro no alçapão."
"Em que língua deverei falar? É fora de dúvida que não estou em meu país. Em meu país todos os homens são deliciosamente morenos e de belos rostos compassivos. Estes são ruivos, louros, calvos, narigudos. Todos os sinais de imbecilidade e grossura das raças louras. De qualquer maneira, é preciso perguntar."
"Aproximei-me do porteiro. Ia crivá-lo de perguntas. O homem estendeu-me maquinalmente o braço para receber uma coisa que eu tinha na mão. Hesitei um momento, e estendi-a:
--Sim, senhor. Minha chave."
"Fiquei curioso para ver a face dos outros, e olhei as mesas em redor. Um bigode maior, um bigode menor, mas todos do mesmo feitio. As senhoras e senhoritas provavelmente pintaram os lábios com o mesmo batom. São faces de um clichê coletivo. Quem será o autor desse clichê? São rostos sem mistério. Mas estão longe de ser francos. Os rostos verdadeiramente francos abrem janelas para o mistério. Não são assim despejados."
"Dói muito a condição dos homens. Está sujeita a todo um jogo de engrenagens inesperadas. As plantas e os animais são mais felizes, porque morrem com muita facilidade. As orquídeas do Equador e as jandaias cearenses não saberiam viver um dia nas regiões polares. Não aceitam a mudança. Seria a metamorfose. E entre a metarmofose e a morte, preferem a morte." -
Trechos de 'O Valete de Espadas', Cap. I, de Gerardo Mello Mourão
"Em que língua deverei falar? É fora de dúvida que não estou em meu país. Em meu país todos os homens são deliciosamente morenos e de belos rostos compassivos. Estes são ruivos, louros, calvos, narigudos. Todos os sinais de imbecilidade e grossura das raças louras. De qualquer maneira, é preciso perguntar."
"Aproximei-me do porteiro. Ia crivá-lo de perguntas. O homem estendeu-me maquinalmente o braço para receber uma coisa que eu tinha na mão. Hesitei um momento, e estendi-a:
--Sim, senhor. Minha chave."
"Fiquei curioso para ver a face dos outros, e olhei as mesas em redor. Um bigode maior, um bigode menor, mas todos do mesmo feitio. As senhoras e senhoritas provavelmente pintaram os lábios com o mesmo batom. São faces de um clichê coletivo. Quem será o autor desse clichê? São rostos sem mistério. Mas estão longe de ser francos. Os rostos verdadeiramente francos abrem janelas para o mistério. Não são assim despejados."
"Dói muito a condição dos homens. Está sujeita a todo um jogo de engrenagens inesperadas. As plantas e os animais são mais felizes, porque morrem com muita facilidade. As orquídeas do Equador e as jandaias cearenses não saberiam viver um dia nas regiões polares. Não aceitam a mudança. Seria a metamorfose. E entre a metarmofose e a morte, preferem a morte." -
Trechos de 'O Valete de Espadas', Cap. I, de Gerardo Mello Mourão
1 March 2017
The balance of the limbs
Inside a flower
A blend of muscles and breath
And us, centaurs without a horse,
Fooled by our own reading
Be either ourselves churches or belonging to one
Oh, dear! Of the lords, this is power. Believe.
Flower, oh flower of the giants
From dust, it is:
CARITAS
Poem from my book "The Seafarer, The Sea: She Awes."
Inside a flower
A blend of muscles and breath
And us, centaurs without a horse,
Fooled by our own reading
Be either ourselves churches or belonging to one
Oh, dear! Of the lords, this is power. Believe.
Flower, oh flower of the giants
From dust, it is:
CARITAS
Poem from my book "The Seafarer, The Sea: She Awes."
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