Em silêncio sentei frente ao meu convidado;
Até o fim sentado sem dizer uma palavra.
Eu desejei fazer um show de amizade:
Procurei na voz mas não encontrei nada.
Se boas palavras não são acompanhadas de afeto,
Jurei que você, senhor, não as desejaria.
Nossas mentes estavam abertas e ambos nos esquecemos;
Que mal há nisso quando diz respeito a mim e você?
Kuei Tzu-Mou
(1563-1606)
Tradução de Karinna A. Gulias, da tradução inglesa de Robert Kotewall & Norman L. Smith
The Penguin Book of Chinese Verse, 1971
19 February 2011
13 February 2011
Adeus à Primavera
Para "O oráculo"
Eu tenho uma inclinação a adiantar a partida da Primavera
Por não haver meios de manter a Primavera aqui.
Quando tudo é dito, ano após ano isso tem seu uso;
Melhor que isso não se vá.
O olho é curto no distante horizonte de Ch'u;
Ele não vê a estrada de volta à morada da Primavera.
No vento urgente até as pessegueiras parecem tristes:
Peça por peça, voam como chuva vermelha.
Chiao-Ju-Hui
A Buddhist monk (date uncertain: eleventh to twelfth century)
Tradução de Karinna A. Gulias, da tradução inglesa de Robert Kotewall & Norman L. Smith.
Eu tenho uma inclinação a adiantar a partida da Primavera
Por não haver meios de manter a Primavera aqui.
Quando tudo é dito, ano após ano isso tem seu uso;
Melhor que isso não se vá.
O olho é curto no distante horizonte de Ch'u;
Ele não vê a estrada de volta à morada da Primavera.
No vento urgente até as pessegueiras parecem tristes:
Peça por peça, voam como chuva vermelha.
Chiao-Ju-Hui
A Buddhist monk (date uncertain: eleventh to twelfth century)
Tradução de Karinna A. Gulias, da tradução inglesa de Robert Kotewall & Norman L. Smith.
12 February 2011
SÉCULO ACORRENTADO NUM ÂNGULO DO MUNDO
Nos espelhos correntes
Passam as barcas sob as pontes
E os anjos-correio
Descansam na fumaça dos navios de guerra
Entre a erva
Silva a locomotiva no cio
Que atravessou o inverno
As duas cordas de seu rastro
Atrás dela ficam cantando
Como uma guitarra indócil
Seu olho nu
Charuto do horizonte
Dança entre as árvores
Ela é Diógenes com o cachimbo aceso
Buscando entre os meses e os dias
Sobre a via equinocial
Comecei a caminhar
Cada estrela
É obus que rebenta
As plumas de minha garganta
Se enfraqueceram ao sol
que perdeu uma asa
O divino aeroplano
Trazia um ramo de oliveira entre as mãos
Entretanto
Os ocasos feridos dessangram
E no porto os dias que se arredam
Levam uma cruz no lugar da âncora
Cantando nos sentamos nas praias
Os mais bravos capitães ___O capitão Cook
______________________Caça auroras boreais
Num iceberg iam aos pólos _No pólo sul
Para deixar seu cachimbo em lábios
Esquimós
Outros cravam novas lanças no Congo
O coração da África ensolarado
Abre-se como os bicados figos
E os negros
de divina raça
Escravos na Europa
Limpando de seu rosto
a neve que os mancha
Homens de asas curtas
Percorreram tudo
E um nobre explorador da Noruega
Como butim de guerra
Trouxe à Europa
entre raros animais
E árvores exóticas
Os quatro pontos cardeais
Vicente Huidobro
Tradução: Carlos Nejar
[Desculpem a formatação errada, não sei como ajeitar isso aqui na edição de postagens - o blogspot não aceita facilmente]
Passam as barcas sob as pontes
E os anjos-correio
Descansam na fumaça dos navios de guerra
Entre a erva
Silva a locomotiva no cio
Que atravessou o inverno
As duas cordas de seu rastro
Atrás dela ficam cantando
Como uma guitarra indócil
Seu olho nu
Charuto do horizonte
Dança entre as árvores
Ela é Diógenes com o cachimbo aceso
Buscando entre os meses e os dias
Sobre a via equinocial
Comecei a caminhar
Cada estrela
É obus que rebenta
As plumas de minha garganta
Se enfraqueceram ao sol
que perdeu uma asa
O divino aeroplano
Trazia um ramo de oliveira entre as mãos
Entretanto
Os ocasos feridos dessangram
E no porto os dias que se arredam
Levam uma cruz no lugar da âncora
Cantando nos sentamos nas praias
Os mais bravos capitães ___O capitão Cook
______________________Caça auroras boreais
Num iceberg iam aos pólos _No pólo sul
Para deixar seu cachimbo em lábios
Esquimós
Outros cravam novas lanças no Congo
O coração da África ensolarado
Abre-se como os bicados figos
E os negros
de divina raça
Escravos na Europa
Limpando de seu rosto
a neve que os mancha
Homens de asas curtas
Percorreram tudo
E um nobre explorador da Noruega
Como butim de guerra
Trouxe à Europa
entre raros animais
E árvores exóticas
Os quatro pontos cardeais
Vicente Huidobro
Tradução: Carlos Nejar
[Desculpem a formatação errada, não sei como ajeitar isso aqui na edição de postagens - o blogspot não aceita facilmente]
6 February 2011
My Hands are my Heart
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