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17 February 2017

The Disappearing Buddha?

"(...) So people, many of them projected onto me, whether positively or negatively, but yes they projected. And because they projected they weren't really able to experience me or communicate with me as I really was. I won't say really was in the ultimate metaphysical sense, but at least as I really was in the more conventional sense. And it's because they were unable to experience me as I really was, so to speak, that the real communication between us could not go beyond a certain point."

 "Here we're too different, we can be a little bit different of course, well we are different anyway, but we mustn't be too different, otherwise people will project onto us and projection interferes with communication."


Fragments from 'The Disappearing Buddha' by Sangharakshita (https://www.freebuddhistaudio.com/texts/read?num=183&at=text&p=3)

What Sangharakshita says in these fragments apply to many other cases. When, for example, a Tao follower or any other foreigner doesn't know whether he or she is judgemental or is overloaded by so many strange projections onto him/her. It's quite tiring and it does block any possible spontaneous communication with people. It can also apply to people's communication via social networks, in which one's political views, if not fitting into a standard view of political correctness, can be targeted with speech projections of other people's prejudices as a means of Catharsis, purification.

8 February 2017

O Presságio das Arribações

As estações mudam, como de se esperar, ante as nossas vistas núbias. Arribações pressagiam desgraça. Uma festa de urubus tomando a cor do sol nascente. Preparam-se para limpar as carcaças.

Imigrações em massa. Início da seca, da fome.

Eu sou um pássaro e mesmo assim ponho um ovo a mais sobre a planície dos mundos. Por que questionar as vilezas de um tempo assim? Eu também tenho o meu fim no horizonte. Que eu então me ocupe de meu ninho e me esqueça das nuanças entre bom e mau. Isso eu deixo aos tolos. Que percam os seus digestivos.

Se questionar a maldade é somente questionar as grandes mídias, mesmo que não traga nada mais do que confusão, a que me serve? Que se dane o progresso do mundo. De nada saberei entre o mau e o bom espelhando-me em tolices. Eu não perco a minha face perante o tempo. Que eu sou finito, eu sei. Assim como todos os meus vizinhos. Logo, seguirei procurando rios e bebedouros.

Sei também o que há por vir. Que quando os urubus chegarem, eles serão os nossos heróis. E meus vizinhos os seguirão, mesmo depois de tanto os condenarem. E a visão do futuro será tomada por pássaros comendo os olhos dos mortos. E talvez de alguns vivos. Em suas vastidões, o medo e a fome girarão a grande roda do mundo mais uma vez.




Texto de Karinna A. Gulias