Under user's 2007-2024 © Copyright only the texts signed by Karinna Alves Gulias - all rights reserved. I made sure all shared contents have their respective references; if you find any without, please let me know.

Search this blog

2 November 2007

Novo animal


Na Testa

as areias arrastadas na altura do céu

deuses se criam por gatos
próximo ao areal
na testa do homem que vagueia
acima do horizonte de cabeças rastejantes

a girafa come o planeta
e não a árvore
bebe o sol
e não a água do charco
cutuca minhocas de folhas verdes
com seu estômago nuclear
garganteia troncos
atravessa azul
e redes d’água durante a noite

Porque a girafa é a rainha do céu
e a dona da terra

E a pessoa é a única que pode não comê-la.

29 October 2007

Extrato do meu futuro livro

Lacradas em potes de vidro,
lâminas de olhos. A noite dos sem nome
parece de fundo — aquele que recebe um líquido.

Todos seus viventes se fundem às banhas de ferro.
Comem ouvidos dos trens que apitam mudos.
Carregam o peso da carga que atravessa sua terra.

São saciadores de anemia suas minhocas,
que comem azeitonas divinas
________[de terra].


Karinna Alves Gulias



















Many Mansions, 1994
by Kerry James Marshall

Lugar do dia









às doze horas
foi a frase que me trouxe para o dia intransitório

porque em uma noz cabem nós de frases
que lutam para fazer mais sentido
e ser gentil

para aquele que disse
isso não não-diz

às doze horas
haviam soldados em guerra, mas para quê servem eles?
falar deles é como falar em ter um filho, e mimá-lo

freiras, mães, doendes
são de um outro passado. Eles não são do meu país
um outro passado é a história dos dados





Karinna Alves Gulias

17 October 2007

Janela












Dentro da esquadria de uma janela estão
todos os gestos de um novo animal.


K.A.G.

24 February 2007

Música das esferas


















Uma das primeiras coisas a ser notada em nosso lar esférico, a Terra, é que não é uma esfera. Ao contrário, mesmo que os olhos sozinhos não consigam detectar, é mais exatamente o que um geômetra chamaria de esferóide obturbinado com certa tendência à confusão. Um tipo de maçaneta gorda constantemente remexida e, portanto, modificada por inter-relações e erosão. Talvez, bastante distorcida por pontos de vista em demasia.

De fato, ninguém conseguiria definir sua forma precisamente, porque nossa esfera não é apenas irremediavelmente irregular, mas está constantemente em mudança. Na realidade, ela é viva. Como um animal, ela troca de lado enquanto dorme, “respira” ar, cresce, suas feridas cicatrizam, sua linfa circula, sua pele metaboliza, os nervos estalam mudos com mensagens vitais. Ela até resmunga com gases internos e sonha e pinica um pouco e (através de seus habitantes) se sabe auto-consciente. – E me refiro, nessa tradução enviesada à harmonia das esferas de Guy Murchie, a Guy Murchie.

No espaço útero é onde está a poesia e não mais nos nascimentos do olho dos homens. O divino é a razão de viver.

Coro: Olhos de tocar se entrecruzam, mas o que faz o mundo são as presenças.
Cada gato que existe existe. Não importa em se faz um humano ou em que se fazem todos os seus semelhantes.
homens se apegam aos seus atos como se fossem criadores. mundo de homens:
e falar assim o mundo se faz assim e se sabe acreditar. nada afirmar é pior que afirmar o mal – mandamento perdido
casas mundanas e pequenas abrigam cabeções. As formigas passam e nem as percebem pensar “atopos comuns”.

Contador:
Uma vez um senhor grisalho e careca falou: por quê? E todos se assustaram e correram atrás de fraldas geriátricas e remédios de dor para ajudá-lo. Depois foram todos embora e deixaram-no sozinho para aprender sozinho.
E o senhor olhou para o céu, com dificuldade no pescoço, e lembrou da terra, sua alma regozijou de alegria infantil e morreu na terra. Sozinho foi feliz.
Depois todos os arredores se vieram rezá-lo... e a chorar a dor e a sua dor e a sua dor.

O espaço é onde não mais impera o calor e as quedas. É onde a gravidade não apenas empurra mas também puxa, onde até a mais reta linha é curva. É onde os humanos acontecem para as coisas.

O que via quando via quando criança? Quando as estrelas se guiam em romarias de extensão e tempo, elas não oram apenas pelas vozes, mas também por luzes e impactos.

Cego: Eu que não vejo não sei.

Esquecimento:
Todos passaram a cabeça do esquecimento numa travessa quando criaram o mundo. E esqueceram dos cegos porque não diziam: Oh!

O que sabe o cego do espaço, do céu e da terra? A terra é no pé, nas costas, na barriga e até no nariz pode encostar, e o céu também, mas é mais ambíguo. Se ele não vê imagens, pode ele imaginá-las?

Quando a lua redonda e branca e cheia de claridade toca na sombra da Terra redonda e grande, não importa se é azul a Terra.

E quando o sol é transportado por carruagens... pocotó pocotó pocotó pocotó é fácil, mas e quando o sol se põe? É um som muito vibrante?

Coro: Quando os planetas se põem é muito metafísico pensá-los.

Karinna Alves Gulias

9 February 2007

PAST EXHIBITIONS

Al Farrow:
http://www.alfarrow.com/index.php















O escultor Al Farrow já fez várias exibições, desde 1970, e atualmente é representado pela Galeria Catharine Clark em São Francisco. Ele tem mais de 20 anos de experiência em modelagem de bronze. Seu trabalho faz parte de vários importantes acervos e coleções particulares em todo o mundo.



Woman at the bus station / Icarus Crucified


"The Beggar's Opera" de John Gay:




C E N A, Casa de Peachum.


Peachum sentado numa Mesa com um enorme Livro de Contabilidade aberto.


Ária I – Uma velha senhora vestida em Cinza, etc.

M todos os Empreendimentos da Vida, Cada Vizinho abusa de seu Irmão; Promiscuidade e Imprestabilidade são chamados de Marido e Mulher: Todas as Profissões se em-prestam uma a outra: O Padre chama o Advogado de Ladrão, O Advogado em-presa o Divino: E o Estadista, por ser tão grandioso, Pensa que seu Negócio é tão honesto quanto o meu.


O Direito é um Emprego honesto, como o meu. Como eu, também age em dupla Capacidade, ambas contra e a favor dos imprestáveis; pois é nos adequando que devemos proteger e encorajar Ladrões, já que vivemos deles.


Tradução para português de Karinna Alves Gulias