Não sei ser tempo.
Vôo por sobre os mares,
desviçado,
gentil, talvez
retorcido pela desgraça da raiva que me persigue.
O cinismo da dor desprezada. Ouvir sempre o passado:
aquele que vivi e
aquele que sonhava um furuto sem perdas.
A perda de uma mãe que foi, a política
da reconquista da minha alma dispersa.
Num mundo sem força vital, de perfis bidimensionais. Uma mãe que é.
Vilipendiar o mundo -- holografar a luz
para viver constantemente no medo. Eu tento constantemente
fugir do medo.
Viver é consentir a morte. Um gerûndio simples, pertubardor.
Verdadeiro.
De Karinna A. Gulias
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