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4 November 2009

O olho torto de Alexandre - 2a parte

"Com a ligeireza da carreira, nem tinha sentido as esfoladuras e o golpe medonho. Como é que eu podia saber o lugar da desgraça? Calculei que devia ser o espinheiro e logo me veio a idéia de examinar a coisa de perto. Saltei no lombo de um cavalo e larguei-me para o bebedouro, daí ganheir o mato, acompanhando o rasto da onça. Caminhei, caminhei, e enquanto caminhava ia-me chegando uma esperança. Era possível que não estivesse tudo perdido. Se encontrasse o meu olho, talvez ele pegasse de novo e tapasse aquele buraco vermelho que eu tinha no rosto. A vista não ia voltar, certamente, mas pelo menos eu arrumaria boa figura. À tardinha cheguei ao espinheiro, que logo reconheci, porque, como os senhores já sabem, a onça tinha caído dentro dele e havia ali um estrago feio: galhos rebentados, o chão coberto de folhas, cabelos e sangue nas cascas do pau. Enfim um sarapatel brabo. Apeei-me e andei uma hora caçando o diacho do olho. Trabalho perdido. E já estava desanimado, quando o infeliz me bateu na cara de supetão, murcho, seco, espetado na ponta de um garrancho todo coberto de moscas. Peguei nele com muito cuidado, limpei-o na manga da camisa para tirar a poeira, depois encaixei-o no buraco vazio e ensanguentado. E foi um espanto, meus amigos, ainda hoje me arrepio. Querem saber o que aconteceu? Vi a cabeça por dentro, vi os miolos, e nos miolos muito brancos as figuras de pessoas em que eu pensava naquele momento. Sim senhores, vi meu pai, minha mãe, meu irmão tenente, os negros, tudo miudinho, do tamanho de caroços de milho. É verdade. Baixando a vista, percebi o coração, as tripas, o bofe, nem sei que mais. Assombrei-me. Estaria malucando? Enquanto enxergava o interior do corpo, via também o que estava fora, as catingueiras, os mandacarus, o céu e a moita de espinhos, mas tudo isso aparecia cortado, como já expliquei (...). Refletindo, consegui adivinhar a razão daquele milagre: o olho tinha sido colocado pelo avesso. Compreendem? Colocado pelo avesso. Por isso apanhava os pensamentos, o bofe e o resto. (...)

Meti o dedo no buraco do rosto, virei o olho e tudo se tornou direito, sim senhores. Aqueles troços do interior se sumiram, mas o mundo verdadeiro ficou mais perfeito que antigamente. Quando me vi no espelho, depois, é que notei que o olho estava torto. Valia a pena consertá-lo? Não valia, foi o que eu disse comigo. Para que bulir no que está quieto? E acreditem vocemecês que este olho atravessado é melhor que o outro. (...)"


"O olho torto de Alexandre" de Graciliano Ramos.

13 August 2009

O olho torto de Alexandre - 1a parte

"(...) Naquele dia, quando o pessoal lá de casa cobrou a fala, depois do susto que a onça tinha causado à gente, meu pai reparou em mim e botou as mãos na cabeça: - "Valha-me, Nossa Senhora. Que foi que lhe aconteceu, Xandu?" Fiquei meio besta, sem entender o que ele queria dizer, mas logo percebi que todos se espantavam. Devia ser por causa da minha roupa, que estava uma lástima, completamente esmolambada. Imaginem. Voar pela capoeira no escuro, trepado naquele demônio. Mas a admiração de meu pai não era por causa da roupa, não. - "Que é que você tem na cara, Xandu?" perguntou ele agoniado. Meu irmão tenente (que naquele tempo ainda não era tenente) me trouxe um espelho. Uma desgraça, meus amigos, nem queiram saber. Antes de me espiar no vidro, tive uma surpresa: notei que só distinguia metade das pessoas e das coisas. Era extraordinário. Minha mãe estava diante de mim, e, por mais que me esforçasse, eu não conseguia ver todo o corpo dela. Meu irmão me aparecia com um braço e uma perna, e o espelho que me entregou estava partido pelo meio, era um pedaço de espelho. "Que trapalhada será esta?" disse comigo. E nada de atinar com a explicação. Quando me vi no caco de vidro é que percebi o negócio. Estava com o focinho em miséria: arranhado, lanhado, cortado, e o pior é que o olho esquerdo tinha levado sumiço. A princípio não abarquei o tamanho do desastre, porque só avistava uma banda do rosto. Mas virando o espelho, via o outro lado, enquanto o primeiro se sumia. Tinha perdido o olho esquerdo, e era por isso que enxergava as coisas incompletas. Baixei a cabeça, triste, assuntando na infelicidade e procurando um jeito de me curar. Não havia curandeiro nem rezador que me endireitasse, pois mezinha e reza servem pouco a uma criatura sem olho, não é verdade, seu Gaudêncio? Minha família começou a fazer perguntas, mas eu estava zonzo, sem vontade de conversar, e saí dali, fui-me encostar num canto da cerca do curral.

(continua)

"O olho torto de Alexandre" Graciliano Ramos

27 July 2009

Curiosidade

Quem é que tá botando dinamite
Na cabeça do século?
Quem é que tá botando tanto piolho
Na cabeça do século?
Quem é que tá botando tanto grilo
Na cabeça do século?

Quem é que arranja um travesseiro
Pra cabeça do século?
Pra cabeça do século?

Composição Tom Zé e Gilberto Assis

10 July 2009

A imaginação na poesia

A imaginação é uma palavra vazia. Ela é uma fragmentação do humano; assim como o corpo, o espírito e a mente são.

A poesia relaciona-se muito mais ao Mito e à profecia que a qualquer conhecimento humano.

"O conhecimento e a descoberta como processo, como vontade de transformar o mundo de si mesmo e pelo trabalho ativo; como penetração no âmago do universo para esclarecer-lhe a natureza; enfim, como processo em que os objetos não se criam, mas são produzidos, estão em guerra constante com o Mito.

Bastará uma comparação precisa entre Mithos e Logos (gregos) para reconhecer tal oposição entre mito e conhecimento."

De nada sabe o homem ou a mulher que ao divino não tenha perguntado. O saber divino, conhecedor das coisas a partir delas mesmas, é o mito. A partir do momento em que o humano tenta forjar uma assimilação metafórica em cima de um mito, ele está tirando do mito aquilo de mais divino, o poder das coisas criarem-se a partir de si mesmas e dizerem o seu nome. Quando a história de um fenômeno ou coisa se faz conhecer ao homem ou mulher que interroga, o mito acontece. Entretanto, quando esta história parte do homem que tenta explicar o que observou, o que lhe despertou a curiosidade e que seus conhecimentos não são suficientes para explicar, podemos chamar de análago ao mito, mas não mito. Entra aí a imaginação.

No mito não há imaginação; há profecia. "O mito é o lugar onde o objeto se cria a partir de uma pergunta e de uma resposta; por outras palavras: o mito é o lugar onde, a partir da sua natureza profunda, um objeto se converte em criação (Schöpfung)." O Mito está orientado para o futuro.

"Nasceu daí o desejo de compreender tais fenômenos e a curiosidade expressou-se em interrogação. Um e outro responderam e a resposta era a profecia verídica que permitia vê-los, percebê-los, pois a profecia está ligada à visão."

"Mas eis que existe um lugar em que o universo - considerado aqui como evento - faz-se conhecer a si mesmo, confessa-se a si mesmo; um lugar onde a pergunta "Que vai acontecer?" recebe uma resposta. Não se aprende aí mais do que em qualquer outro lugar, e sem meios extraordinários, inacessíveis aos comuns dos mortais; só que a pergunta se resolve então numa resposta e a realidade objetiva cria-se a partir da pergunta e da resposta. Tal lugar chama-se oráculo."

Quando o universo se cria assim para o homem, por pergunta e resposta, tem lugar o Mito.

Não quero dizer que não se pode fazer poesia com imaginação, pois pode-se fazer poesia com tudo do humano, mas essa poesia não será originária, pois parte do conhecimento, que é fragmentário, e do ego. De acordo com os gregos antigos, basear-se no conhecimento é um erro, chamado de temeridade e tolice.

(Reflexões sobre trechos do livro Formas Simples de Andre Jolles)

30 June 2009

Emily Dickinson - Life: LXXVII

I GAINED it so,
By climbing slow,
By catching at the twigs that grow
Between the bliss and me.
It hung so high,
As well the sky
Attempt by strategy.


I said I gained it,—
This was all.
Look, how I clutch it,
Lest it fall,
And I a pauper go;
Unfitted by an instant’s grace
For the contented beggar’s face
I wore an hour ago.

24 June 2009

Filho

A passagem de Filho para Pai foi feita com a lentidão do sol.

Agarrou-se às raízes da terra e as puxou até revirar o céu.

Pai tomou-se ele.

E todas as coisas passaram a existir,
como antes de Filho nascer
e antes de Filho morrer.


K.A.G.

10 June 2009

Ainda em Perguntas de Tang

Presunçoso de suas forças, Kuafu quis capturar o Sol. Perseguiu a sua sombra até o limite de Yugu. Sedento, correu para beber as águas do rio Amarelo e do Wei, que não lhe bastaram. Foi para o norte para beber no Grande Pântano. Morreu na estrada antes de chegar. Seu cajado, escorrendo a gordura da carne do cadáver, deu nascimento à floresta de Deng, que se estende por milhares de léguas.



O tratado do vazio perfeito, Liu Tsé.

8 June 2009

A caça ao unicórnio




















The Unicorn in Captivity, ca. 1495–1505 South Netherlandish Wool warp, wool, silk, silver, and gilt wefts; 12 ft. 1 in. x 8 ft. 3 in. (368 x 252 cm) The Metropolitan Museum of Art, New YorkGift of John D. Rockefeller Jr., 1937 (37.80.5)

They can also be explained as a tale of courtly love, presenting the search and eventual capture of the lover-bridegroom by his adored lady. And there is the Christian interpretation as well, the symbolic retelling of Christ's suffering, Crucifixion, and Resurrection.

2 June 2009

As aves 5

Os nomes foram dados às coisas,
porque era preciso procurar os nomes.

O único nome divino para aquelas era
peixe. O mundo inteiro e o nome cabem nele.

O olho do peixe cabe nos mares.

E a linguagem dos homens e mulheres cabe
em tudo o que eles precisam procurar.


K.A.G.

26 May 2009

CONCLUSÃO

Sonhar, acordar e sair
abraçar e beijar,
ler e pensar
mover as mandíbulas e articular
palavras
e outras tantas coisas que se convertem
em solidão e crescem
até alcançar sem conclusão
o espaço oceânico da morte
onde algo espera.

(Marcelo Ariel, Tratado dos Anjos Afogados, 2008)

NA MORTE

Na morte
o núcleo do silêncio
onde logo estaremos
uma vez dentro
sim é não
e não é nada
os de fora dizem
morremos
não podem ouvir nossa voz
num sussurro dizendo
tudo está em nós.

(Marcelo Ariel, Tratado do Anjos Afogados, 2008)

O Céu no Fundo do Mar: Seu Nome

recolhe a tua vida secreta
como a concha devolve à água
nosso silêncio
e o ar: esse quase-onisciente cão da alma
conduz a palavra até a árvore
que a sonha...

- assim o nosso canto surdo aos obreiros do ruído, alvorada sobre
o pó de setenta e sete mil, a essência vizinha da querubínica voz
que nos convida
a esquecer
o futuro
para viver
o começo,
esquecer o presente
para viver
o instante,
esquecer o passado
para viver
o retorno,
a esquecer nosso próprio nome
para ser
a humilde totalidade
que havia antes -

recolhe a tua vida secreta
como a concha devolve à água
nosso silêncio
e o ar: esse quase-onisciente cão da alma
conduz a palavra até a árvore
que a sonha...

assim nosso canto
atravessará este futuro & obscuro
céu no fundo do mar
para celebrar
teu segundo nascimento

Marcelo Ariel & Mariana Ianelli (copiado do blog do Marcelo Ariel Ou o Pensamento Contínuo)

21 May 2009

Canção "Do Ai" do filme Three Seasons, vietnamita.

Poderá alguém um dia saber
Quantos talos tem um arrozal?
Quantas curvas tem um rio?
Quantas camadas tem uma nuvem?

Alguém poderá varrer as folhas
de uma floresta?
E dizer ao vento para não
sacudir mais as árvores.

Quantas folhas um bicho-da-seda tem de comer
para fazer um vestido com as cores do passado?
Quanta chuva deve cair do céu
antes do Oceano
transbordar de lágrimas?
Quantos anos a lua
tem de ter antes que envelheça?

No meio da noite, a lua
vem e fica a espreitar.
Ela que pode roubar
o meu coração.

Sempre cantarei
canções de alegria.

No meio da noite, a lua
vem e fica a espreitar.
Ela que pode roubar
o meu coração.

Quantas folhas um bicho-da-seda tem de comer
para fazer um vestido com as cores do passado?

20 May 2009

Ao interior da terra

Depois que Filho comeu todos os peixes do mundo
passou a fazer sentido, o peixe.

Agarrou-se nas costas do urubu velho
e marchou para o interior da terra.

Os contos do céu se iniciaram
com o revolver da terra.


K.A.G

19 May 2009

Perguntas de Tang (não é o suco hehe)

(...)
TANG para XIA JI: Têm o alto, o baixo, as oito direções limites? Contêm eles átomos?
(...)
XIA JI: Se não existe nada, não existem limites. Se existe algo, existem átomos. Como sei isso? Além do limite da zona em que nada existe, não existe limites. Dentro de um átomo, não existe átomo. A inexistência de limite nos leva à zona em que nada existe. A inexistência de átomo nos leva ao interior de um átomo. E eu não sei nem se existe um limite nem se um átomo existe.

TANG: Existe um mundo além da China?

XIA JI: Sim, idêntico às nossas pradarias centrais.

TANG: Como provas isso?

XIA JI: Chego a Ying indo para o leste. Os habitantes locais vivem como nós. Se eu perguntar a um deles como é o mundo ao leste de Ying, ele me responderá que é como em Ying. Chego a Bin indo para oeste. Os habitantes locais vivem como nós. Se eu perguntar a um deles como é o mundo a oeste de Bin, ele me responderá que é como em Bin. Portanto, julgo saber que, além dos quatro mares, além dos quatro desertos, bem como além dos quatro pólos, o mundo não é diferente do nosso. É porque o grande contém o que é pequeno que não existe nem limite nem fronteira. O que contém os seres também contém o Universo. Sendo o que contém os seres ilimitado, o que contém o Universo é ilimitado.

(Tratado do Vazio Perfeito, de Lie Tse. Landy Editora, 2001)

18 May 2009

A Tarde dum Fauno

"(...)
será que essas mulheres por ti cantadas
habitam a fábula dos teus sonhos?
Cuidado, Fauno, mesmo naquela que exibe mais decoro
a ilusão salta dos seus olhos azuis
e frios, como fonte do choro.
E a outra, suspirosa, dizes, é o seu contraste
e como a brisa no dia mais ardente
percorre o pêlo encrespado do teu corpo.
[Não!] Se o fresco matinal só deseja vencer
toda essa lassidão imóvel de calores sufocantes
não há murmúrio de água que não seja
o som da minha flauta a derramar acordes
líquidos sobre o arvoredo.
E depois o vento. Solto dos dois tubos,
impedindo o som de se dispersar numa chuva árida,
e que é no horizonte, sem rugas que o pertubem,
esse sopro visível, sereno, artificial
da inspiração celeste.
[esse visível e sereno sopro de inspiração artificial, que revolve o céu (minha tradução)].
(...)

O teu dever, instrumento de fugas, ó maligna
flauta, é de florescer nos lagos onde tu me esperas.
Eu, orgulhoso do meu som, continuarei a falar
das deusas; e através de idólotras pinturas
a enlaçar na sombra as mais finas cinturas:
E depois de haver sugado a claridade das uvas
para esquecer algum desgosto oculto entre os meus jogos,
risonho, erguerei aos céus o cacho consumado,
soprando nas suas peles luminosas, ávido
e ébrio, olharei de soslaio até que chegue a noite.

(...)"


(Trecho de A Tarde de um Fauno, de Stéphane Marllamé,
traduzido por Armando Silva Carvalho. Relógio D'Água, 2001)

10 May 2009

As aves 4

O tempo
tem olhos e escamas
e olha por via da luz.

A respiração do tempo borbulha
pelo olhar do peixe;


no silêncio.


Nada que faça mais que o olhar do peixe
é capaz de fazer existir as profundezas do mar.


K.A.G.

7 May 2009

As aves 3

o peixe e peixe e peixe ...

quando alargam seu tórax de escamas antigas.




K.A.G.

6 May 2009

Em Coimbra, Na Fonte das Lágrimas.
















Aqui é onde Inez de Castro e Pedro namoravam. E, também, onde ela foi morta.

Jon, eu e Márcio, em Coventry.















foto de K.A.G.

No carro com Márcio e João, indo para Évora.

Apesar de ter sido uma viagem que deu prejuízo a todos, principalmente de perda de tempo rs, foram dois dias muito agradáveis e felizes. Não foram à toa.

As aves 2

E aquelas que pensam,
fazem o peixe.

Todas aquelas que não pensam
o humano, jamais.

A obviedade de predizer
o próprio caminho

entre todos

pelo peixe.


K.A.G.

30 April 2009

As aves

O Sol é a memória do tempo.
Nos lembramos de sua confusão
na espera dos fusos.

O sol na sua rotina
é anterior ao nosso pensamento.

Assistimos ao pássaro-dobra,
aquele que refaz o horizonte
quando tem fome de peixe.

O mergulho ritual do horizonte.

Todas as mãos se lavam de céu.



K.A.G.

Texto no início do filme Asas do Desejo

"Quando a criança era criança,
andava balançando os braços.
Desejava que o riacho fosse rio,
que o rio fosse torrente
e essa poça, o mar.
Quando a criança era criança,
não sabia que era criança.
Tudo era cheio de vida
e a vida era uma só.
Quando a criança era criança
não tinha opinião,
não tinha hábitos, sentava-se
de pernas cruzadas, saia correndo,
tinha um redemoínho no cabelo
e não fazia pose para fotos.
Quando a criança era criança,
era tempo destas perguntas:
Por que eu sou eu e não você?
Por que estou aqui
e por que não lá?
Quando começou o tempo
e onde termina o espaço?
Será que a vida sob o sol
nada mais é que um sonho?
Será que o que vejo, escuto e cheiro
não é apenas uma miragem
do mundo anterior ao mundo?
Será que realmente existe
o Mal e pessoas malvadas?
Como é possível?
Eu, que sou eu
não existia antes de existir.
E, no futuro, eu, que sou eu
não serei mais quem eu sou."

De Lied Vom Kindsein (Song of Childhood) – Peter Handke

16 April 2009

Grande novidade!

Vai haver o lançamento da coletânea XXI Poetas de hoje em dia(nte), da qual tenho o orgulho de fazer parte, organizada por Priscila Lopes e Aline Gallina e publicada pela editora Letras Contemporâneas, de Florianópolis, com o apoio da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina.

O prefácio é de Eduardo Jorge e a introdução de Jayro Schmidt. Serão dois lançamentos, um em Santa Catarina e outro em São Paulo. Mais informações e links para os trabalhos de todos os poetas da coletânea: http://www.xxipoetasdehjemdiante.blogspot.com/

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